Bullying: uma luta que é de todos nós

Trabalhar com educação é contribuir para a formação do cidadão, imprimindo nele a visão de protagonista na busca por conhecimento, na construção de sua trajetória profissional, mas também atuar combatendo injustiças e preconceitos. Os professores do Over carregam uma preocupação constante em disseminar a conscientização e tornar os alunos participantes da luta contra o bullying, uma bandeira que é de todos nós.

Os especialistas defendem que os pais e a escola devem estar atentos ao comportamento dos jovens e manter sempre abertos os canais de comunicação com eles. O cuidado nos colégios ocorre, principalmente, porque o ambiente das escolas brasileiras – de um modo geral – é duas vezes mais suscetível ao bullying do que a média das instituições de ensino em 48 países, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Mas você sabe mesmo o que é bullying? Essa é uma palavra que se originou na língua inglesa. “Bully” significa “valentão” e o sufixo “ing” representa uma ação contínua. A palavra bullying designa um quadro de agressões contínuas, repetitivas, com características de perseguição do agressor contra a vítima, não podendo caracterizar uma agressão isolada, resultante de uma briga.

As agressões podem ser de ordem verbal, física e psicológica, comumente acontecendo as três ao mesmo tempo. As vítimas são intimidadas, expostas e ridicularizadas. São chamadas por apelidos vexatórios e sofrem variados quadros de agressão com base em suas características físicas, seus hábitos, sua sexualidade e sua maneira de ser.

A prática do bullying pode ser observada no ambiente físico, no trato entre as pessoas, mas também no virtual.

Os números já chamam atenção para gravidade do problema. Uma pesquisa da Microsoft aponta que, embora o atual estado de civilidade digital do Brasil tenha se mantido, cerca de 43% dos entrevistados estiveram envolvidos em incidentes de bullying na internet. Realizado em maio de 2020, em 32 países, o levantamento mensurou o comportamento e a percepção de adolescentes (entre 13 e 17 anos) e adultos (de 18 a 74 anos) na internet.

A pesquisa englobou perguntas para avaliar os riscos online em quatro áreas: comportamental, reputacional, sexual e pessoal/intrusivo. Entre elas, estavam questionamentos como “Quais riscos online você e seu círculo imediato já enfrentaram?”, “Quando e com que frequência os riscos ocorreram?” e “Quais foram as consequências e quais ações foram tomadas?”. A partir das respostas, a Microsoft calculou o Índice de Civilidade Digital (ICD), que usa métricas como inclusão, transparência e respeito no mundo digital para medir o tom das interações online.

No Brasil, especificamente, nessa pesquisa, o país alcançou o percentual de 72%, registrados no estudo anterior. Mas o que chama atenção é que 43% dos entrevistados admitiram que já se envolveram em incidentes com a prática do bullying. Segundo o estudo, 21% dos entrevistados foram vítimas de bullying e 41% disseram que a civilidade digital caiu quando começou a pandemia do novo coronavírus.

ENTENDA A LEI
A Lei nº 13.185, em vigor desde 2016, classifica o bullying como intimidação sistemática, quando há violência física ou psicológica em atos de humilhação ou discriminação. A classificação também inclui ataques físicos, insultos, ameaças, comentários e apelidos pejorativos, entre outros.

O bullying se diferencia das brigas comuns – as que chegam às vias de fato ou as que ficam apenas na discussão. Isso é considerado normal pelos especialistas que chegam a afirmar que faz parte do desenvolvimento. O problema é quando se torna algo rotineiro, em que um jovem ou grupo começa a perseguir um ou mais colegas.

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